22/6/13

Boa continuação, companheiros

Remata hoje, só academicamente e por enquanto, um ciclo que se iniciou há quatro anos de uma forma um tanto casual. Na sequência de uma candidatura para uma vaga de um curso de verão de inglês, que finalmente não consegui por haver candidatos com maior pontuação, fiz a proposta de um outro curso de português a realizar em Braga. Era Julho do ano 2009. E tudo sucedeu. O encantamento foi rápido e persistente. Um novo mundo abriu-se aos meus pés. Ainda hoje pergunto-me como é que pude estar de costas viradas no espaço de tanto tempo à língua e cultura portuguesas. Não acredito mesmo que, estando sempre a fazer qualquer coisa em relação a cursos, formação e estudos, e não sendo uma pessoa acomodatícia, antes pelo contrário esteja sempre a buscar algo a fazer, não tivesse a iniciativa de aproximar-me antes ao mundo da lusofonia. Isso prova o bom funcionamento da barreira que no passagem dos séculos se foi levantando entre a Galiza e Portugal. Mas, felizmente, isto já passou.
Parafraseando um excerto do livro auto-biográfico "A estátua interior" de François Jacob diria que "trago assim em mim esculpida desde o verão de 2009, uma espécie de estátua interior que da continuidade à minha querença pelo português e que é a parte mais íntima, o núcleo mais duro do meu gosto pela lusofonia. Essa estátua, todos estes anos a modelei. Nunca parei de lhe dar retoques. Aperfeiçoei-a. Poli-a. A goiva e o cinzel são, aqui, encontros e combinações. Ritmos que se entrechocam. Folhas soltas de um capítulo que deslizam para outro no calendário das emoções".
Ao longo destes anos os colegas da turma de português tivemos ocasião de partilhar experiências, viagens, trabalhos, chatices, alguma que outra decepção, e muitas alegrias, por que o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso passamos momentos inesquecíveis,
afrontamos coisas inexplicáveis e conhecemos pessoas, o professorado por exemplo, incomparáveis. Pusemos empenho, compromiso, esforzo e dedicação. E passámo-lo bem. Mas, como em toda obra humana, apesar de ter a consciência que fizemos muito, algúns poderíamos ter feito muito melhor. Boa continuação, companheiros.

6/6/13

Pechando a porta


Sempre considerei atinada a metáfora de pechar a porta para referirmonos a situacións de tránsito e cambio substancial. Refírome ás transicións vitais que afectan ás persoas. De todos é coñecido que nos agarda unha moi especial, esencial e única: o tránsito definitivo e irreparable, o paso irreversible deica a obscuridade máis absoluta ou a claridade máis cegadora.
Algunhas persoas, en determinada altura da súa vida, teñen a necesidade, evidencian o desexo, perciben a conveniencia de comunicar aos seus seres máis queridos que a inevitabilidade dese momento está próxima e que a certidume do cambio esencial de estatus entra na conciencia para quedarse xa para sempre. A partir dese momento terán que aprender a vivir, o que quede, con esta seguridade, con esta certeza.
A sensación que embarga a quen é receptor desta mensaxe é moi especial, de tal forma que é preciso experimentala para percibila en toda a súa desesperanza, crudeza e tristura. Trátase de asumir a caducidade da vida humana, de confrontarse coas ensinanzas do filósofo acerca de que todo ten un principio e, inevitablemente, un fin. E este está aí, ao pechar a porta.
Todos nós, en calquera momento da vida no que nos encontremos, estamos, cada certo tempo, pechando portas. Unhas máis importantes, outras menos, algunha definitiva. É bo vivir coa sensación de que temos que pechar a porta, despois de ter librado mil e unha batallas, algunhas veces sen percartarnos da súa inutilidade  ou ben da súa prescindibilidade, mais mentres a algunhas persoas resúltalle relativamente doado pechar a porta, de tal forma que o fan rápido e sixilosamente, a outras, pola contra, cústalles moito esforzo, moito sacrificio e moitas dóres. 
É verdadeiramente triste e penoso que existan situacións, circuntancias, ou mesmo persoas, que estean a impedir que alguén poida pechar a definitiva porta coa necesaria tranquilidade, dignidade, sosego e paz.

Decisión

Se temos en conta as previsións da maioría das enquisas e sobre todo a última do CIS de hoxe mesmo, resulta realmente sorprendente que Pode...